Diferentes e cada vez mais parecidos
Sérgio Lima / Poder 360
Há quem tenha se assustado com a fala do presidente da República, Jair Bolsonaro, sobre a possibilidade de taxar as grandes empresas responsáveis pelas Redes Sociais. Alegando falta de liberdade de expressão, o presidente apela para uma estratégia conhecida: o lado financeiro.
Mas... Basta um pouquinho de tempo cronológico - se você tiver - ou de conhecimento histórico - se você tiver - para lembrar que apenas o alvo mudou. No começo do século, quando a televisão estava muito à frente da internet, Luiz Inácio Lula da Silva ameaçou taxar os meios de comunicação, especialmente o da família Marinho, a Rede Globo, e o dos irmãos Civitta, a Editora Abril.
Note que a estratégia é rigorosamente a mesma. Como o conteúdo não é favorável, o recado primeiro vai em direção ao bolso e, depois quem sabe, em um ataque à democracia, ao direito de se expressar. O problema é que as pessoas confundem direito de expressão com incitação à violência: se eu digo que o Judiciário não faz o seu trabalho de maneira célere e efetiva, estou expressando a minha opinião; se eu digo que quero ver os Ministros destruídos, estou cometendo um crime.
Como não sabem - ou fingem que não sabem - os criminosos alegam censura, ditadura do Judiciário, enfraquecimento do Executivo, todo um conjunto para blindar o presidente. Os correligionários de Lula e Bolsonaro mudaram o modo de agir, mas são igualmente defensores dos personagens.
Cada vez mais os antagônicos se encontram em ações, medidas e súditos.
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