Bolsonaro fala em duas doenças, mas cria uma crise a mais

Os diagnósticos se confirmaram, e Henrique Mandetta não é mais Ministro da Saúde. Curioso é que, na apresentação de Nelson Teich, o Presidente da República, Jair Bolsonaro, disse que não se pode combater uma doença e desprezar a outra, referindo-se à pandemia e à crise econômica. Mais instigante ainda é perceber que Bolsonaro tinha nas mãos a justificativa para os desdobramentos econômicos do ano de 2020 e combater a pandemia, mas optou em criar uma crise interna, que culminou na decisão de hoje.
Mandetta tinha o que Bolsonaro não tem: interlocução com as casas do Legislativo. Isso incomodava o Palácio do Planalto. Muito se fala, além disso, que a indecisão em relação ao pico fosse o principal motivo da demissão. Entretanto, se há uma política de alongamento da curva, haverá, obviamente, uma extensão do pico, ou seja, que bom que o pico estava sendo prorrogado.
Não se questiona o currículo do novo titular da pasta, e sim a atitude ególatra do presidente em demitir um Ministro em meio à maior crise sanitária do mundo contemporâneo. Bolsonaro falou em duas doenças, mas demitiu o médico que acompanhava o caso. O paciente resistirá?
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