O narcisismo de Jair

A pauta, no mundo inteiro, é a pandemia de Coronavírus, como deve ser. Não só as mortes, mas principalmente, as medidas de isolamento e avanços da ciência em busca de vacinas e outros meios, assim como os efeitos econômicos causados pela Covid-19.

No Brasil, entretanto, Jair Bolsonaro se esforça todos os dias - e não é força de expressão - para ocupar um lugar maior que as notícias da pandemia. Quem dera fosse por medidas positivas em relação ao andamento do país, mas o presidente se destaca cada vez mais pela pauta do medo, da instabilidade, demitindo - direta ou indiretamente - pessoas do primeiro escalão.


Bolsonaro não se deu conta, com um ano de governo, da liturgia que seu cargo e o dos ministros exigem. Faça um esforço e volte para as entrevistas do presidente nas eleições e em um semestre de governo. Você verá que Ministro só cairia em caso de escândalo. Aí eu me pergunto: Mandetta estava envolvido em algo suspeito? E Moro?

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O narcisismo presidencial dá de ombros para o que acontece no mundo, repito, no mundo. Não é uma conspiração progressista brasileira, articulada pela velha política. É algo sem precedentes na história do mundo como conhecemos, mas o ego do presidente é maior que a falta de leitos, de estrutura e de dados concretos sobre o quadro no Brasil.

O homem eleito com pouco mais de 57 milhões de votos aposta em seu fiel eleitogado - desculpe, eleitorado - para se manter no pedestal do egocentrismo. Até quando? Não sabemos. As aproximações com o Centrão dão o tom de que o narciso vai olhando para as águas, nem tão límpidas assim, mas corre igual risco de se afogar.



Por último, um conselho dele, inclusive: "E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" (João 8,32). Um banho de ironia... Brasil acima de tudo. Deus acima de todos, tá okei?

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