O presidente que anuncia a libertação pela verdade é o chefe das Fake News! "E daí?"

A estratégia de Bolsonaro é clara: estabelece um plano, age e, diante do noticiário, volta atrás; depois, acusa a imprensa de "Fake News". A expressão ganhou popularidade com estratégia similar de campanha de Donald Trump, mas, na verdade, é só um jeito mais bonito de falar que tal notícia é mentira.
É óbvio que existem muitos jornalistas interessados mais em cliques que em reportar a verdade. Cabe aos espectadores ou leitores, então, selecionar os melhores repórteres, estejam eles a serviço de uma linha editorial com a qual concordem ou não. Falando um pouco mais fácil: se eu não gosto do Grupo Globo, mas sei que a Andreia Sadi tem feito boa cobertura, posso acreditar no que ela me reporta.
A verdade é que - quanta ironia - Bolsonaro e o gabinete do ódio fabricam Fake News como se não existissem jornalistas sérios no país. Ele precisa sempre de um adversário, seja dentro do próprio governo, seja fora dele. E, fora, não é novidade nenhuma o ataque à imprensa. Essa artimanha é típica de populistas, estejam de que lado político estiverem.
Quando saiu a notícia de que Sérgio Moro havia pedido demissão, formou-se um grupo que se apressou em desmentir e descredibilizar os que trabalharam em busca da informação que, um dia depois, se confirmou. Não se pode fazer defesa cega aos veículos de comunicação, mas é preciso ter inteligência para não cair no modus operandi de Bolsonaro e sua trupe.
Dessa forma, ele ganha venerados por toda parte, mas que hoje nem se aproximam do eleitorado que o fez chegar à presidência, e continua falando aos quatro cantos: "conhecereis a verdade e a verdade vos libertará". Cegos pela decontextualização do versículo, os irrestritos defensores certamente dirão a este autor e ao texto: "E daí?"
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