Cidadã Pensante: Bruna Braga - " Desejo ver em Itajubá uma política nova, que realmente seja para todos"


Bruna Braga tem se destacado na política municipal desde as manifestações que tomaram conta do país em 2016. Agora, ela busca uma atuação mais próxima aos poderes e pode ser uma candidata que surpreenda no legislativo em 2020. Na entrevista, a empresária fala sobre a atuação do Legislativo e do Executivo e da relação das manifestações com o presidente Jair Bolsonaro. Bruna é a cidadã pensante da semana! 

Confira a entrevista:

Cidadania Pensante: Quais as motivações para se pré-candidatar ao legislativo?
Bruna: Parte dessa motivação surgiu quando meus amigos, familiares e conhecidos dos movimentos políticos de que participo me incentivavam a colocar meu nome e minhas qualidades à disposição para fazer parte da política efetivamente. Eles manifestavam que viam em mim o potencial que eu ainda não havia enxergado. Reconheço que tenho a coragem, o senso de justiça, a empatia, a responsabilidade, a capacidade e o esforço que as pessoas destacavam em mim. Faço parte dos milhares de brasileiros que se despertaram para a política e que perceberam que uma mudança na política nacional era urgente. Assim, iniciei ajudando com a organização de manifestações em Itajubá que eram tanto contra a corrupção quanto em apoio à eleição de Bolsonaro, aquele que representava os nossos ideais em busca por um Brasil melhor. Também, nos grupos das redes sociais, trocávamos conteúdos e informações que fortaleciam, então, minha posição política e agregavam conhecimento. Outra parte da motivação é querer trazer essa mudança que conquistamos a nível nacional, com a quebra da hegemonia que se perpetuava no poder também para nossa cidade. Desejo ver em Itajubá uma política nova, que realmente seja para todos.

CP: Há um movimento de rejuvenescimento na política municipal, ou é uma impressão? Como você enxerga o processo transitório, caso ele esteja, de fato, em curso?
Bruna: Sim, hoje em dia temos visto cada vez mais jovens discutindo questões políticas e se interessando, inclusive, em pleitear cargos públicos e isso em esfera nacional e municipal. Acredito que faz parte desse "despertar", que já mencionei, de grande parte dos brasileiros, reconhecendo a importância de aprender e participar da política, uma vez que ela nos atinge de forma direta no nosso cotidiano. As várias manifestações, debates e diálogos nas redes sociais e nos canais de influência política aceleraram essa politização, fazendo com que pessoas de diferentes classes, sexos, idades, religiões e ideologias se interessassem em ser mais participativos e emitirem opinião sem medo, já que outrora ouvíamos que política não se discute. Eu vejo essa atuação dos jovens na política de forma positiva, junto a eles, vêm também novas ideias, disposição e a proposta da renovação de como se fazer política.

CP: Aliar-se com algumas figurinhas carimbadas é prejudicial ao candidato, ou depende do partido ao qual ele é filiado?
Bruna: Na teoria, aquele que deseja pleitear um cargo eletivo irá filiar-se ao partido que mais se identifica com os valores, com os ideais e até com o próprio Estatuto do Partido. Logo, a compatibilidade do candidato com o partido precederia qualquer aliança pessoal.
Porém, a prática às vezes é diferente por vários fatores, dentre eles: as alianças veladas, em que um líder de um partido detém um monopólio sobre as coligações, não sendo possível, então, que o candidato que eu realmente quero apoiar pleiteie o cargo. Também é impossível se basear apenas no partido, pois há tantos oportunistas que escolhem partido de acordo com o momento político que está em alta a fim de angariar votos.
Levando em conta essas questões, para mim, definitivamente, o importante é conhecer a pessoa, a história política, o trabalho feito em prol da população e os valores pessoais, para essa aliança acontecer.

CP: Muito se fala que o candidato deve defender algumas bandeiras, que nada mais são que temáticas relevantes para a sociedade. Você concorda com essa estratégia? Se sim, quais são as suas enquanto pré-candidata?
Bruna: É interessante que o candidato manifeste as causas que defende e a posição ideológica, para que o eleitor se identifique com este candidato, criando uma aproximação de ideais.
O que é prática comum na "velha política" são candidatos utilizarem dessas bandeiras para se elegerem, quando os mesmo não têm autonomia de cumprir com determinadas promessas, pois isto depende diretamente do cargo ao qual estão pleiteando. Por exemplo, quando um candidato a vereador promete que irá fazer reformas para um determinado bairro, enquanto ao cargo disputado não compete executar reformas. Da mesma forma, mesmo eu sendo contra, por exemplo, a legalização das drogas, não posso me eleger em cima disso, porque seria desonestidade com o eleitorado afirmar que trabalharei contra a legalização, uma vez que o legislativo municipal não tem autonomia de legislar sobre esse assunto. O que pode ocorrer é apenas a avaliação dos costumes e valores do candidato. Isto precisa ficar claro e é bom que os eleitores saibam.
A principal função de um vereador é fiscalizar e criar leis. Estas leis devem ser em prol de toda a cidade, garantindo aos munícipes mais dignidades e qualidade de vida, atendendo e analisando as solicitações que chegam ao gabinete e as que são identificadas no trabalho itinerante.
Também deve o vereador fiscalizar os recursos gastos pela Prefeitura e a qualidade dos serviços públicos prestados à população. Não se deve representar apenas uma causa ou outra, pois eles são eleitos para representar todo o município.

CP: Itajubá, hoje, deixou de ser patinho feio em relação às cidades vizinhas de tamanhos semelhantes, ou a grama do vizinho é sempre mais verde que a do itajubense?
Bruna: Na área do lazer, sim, evoluímos muito e acho que todo esse investimento aqui, superou muitas cidades de tamanhos semelhantes. Mas para Itajubá se tornar um Cisne de verdade, é necessária uma nova administração que priorize a saúde, a criação de novos empregos, a qualidade no transporte público, a melhoria na educação básica do município e outras áreas que são essenciais de fato.

CP: As medidas que a administração atual mais se orgulha de ter feito estão relacionadas ao lazer da cidade. Entretanto, parece que o movimento em direção ao Parque da Cidade desfavoreceu os comerciantes da praça Theodomiro Santiago. Isso realmente aconteceu? Como fazer para conciliar esses dois polos?
Bruna: Sim, aconteceu. A praça além de ser bem localizada, estando ao lado do nosso centro comercial, era também uma das únicas opções de lazer, hoje temos o Parque Municipal que acabou se tornando referência do lazer na cidade. Para continuar atraindo os Itajubenses, seria interessante a promoção de eventos culturais, exposição de artes, teatros infantis, shows, apresentações de dança e música na concha da Praça Theodomiro Santiago.

CP: Um dos assuntos de que menos se trata é a mobilidade urbana e, com ela, a acessibilidade. Como você enxerga a demanda da cidade nesta temática?
Bruna: É uma demanda de grande relevância porque oferecer acessibilidade é garantir o direito fundamental de ir e vir, com liberdade e independência. Em Itajubá, vemos faixas de pedestres sem rampas, postes instalados com distância insuficiente para cadeirantes, rampas sem faixas de pedestres e calçadas que dificultam esta locomoção.
Cabe ao executivo realizar essas obras de acessibilidade, além de fiscalizar as calçadas irregulares, que na maioria das vezes é de responsabilidade do proprietário do imóvel, que devem ser identificados e advertidos.

CP: É possível estabelecer parcerias com agentes públicos do Legislativo Estadual, ou seja, os deputados? Você planeja ter alguns parceiros nesse sentido?
Bruna: Sim, é possível. A finalidade destas parcerias, entre vereador e deputados, é a obtenção de recursos com as Emendas Parlamentares, prática comum e legal. Entretanto, tenho lido e me questionado sobre a real pertinência deste instrumento, uma vez que as emendas parlamentares individuais têm sido apontadas como moeda de troca de favores, o que fere diretamente a moralidade.
Entretanto, é bom se relacionar com políticos de outras esferas, e quando necessário dentro da legalidade, moralidade e da transparência, buscar alternativas que beneficiem o município.

CP: Um dos assuntos de que a oposição mais questiona tanto o legislativo quanto o executivo é a situação da saúde no município. O “barulho” é pertinente? Como agir contra a crise?
Bruna: Não há como negar que a saúde foi negligenciada nesses últimos anos em Itajubá. O corte de verbas para a Santa Casa, assim como as inúmeras reclamações de: pessoas sem exames, atendimentos no Pronto de Socorro com longas esperas, falta de médicos em postinhos de saúde e a falta de medicamentos falam por si.
O barulho é pertinente e as questões políticas, principalmente relacionadas à Santa Casa, devem ser deixadas de lado porque quem sofre as consequências é o povo que mais necessita.
Durante essa crise foram enviados recursos do Governo Federal e emendas parlamentares destinadas ao combate da pandemia. Felizmente, em Itajubá as estatísticas são positivas, e o números de contaminados parecem estar sob controle e sem comprometer o andamento comum de outras demandas da saúde.

CP: O que a pandemia de Covid-19 ensina aos próximos agentes políticos?
Bruna: As políticas públicas precisam ser muito mais contundentes no que pode ser deixado de futuro para a sociedade, além de uma estrutura médica e hospitalar melhor, UTIs preparadas, entre outros, que garanta o atendimento em casos extremos, gerando-se uma cultura de prevenção e conscientização dentro da sociedade. Quando os recursos públicos são empregados corretamente pelo gestor, em atendimento às necessidades da população, o resultado sempre será favorável para todos.

Comentários

  1. Que Deus te capacite cada vez mais, pra que vc possa se destacar cumprindo com o dever de cidadã, atendendo no que lhe couber e puder, em favor das necessidades da nossa cidade, a mais fácil de ser amada, Deus te abençoe minha filha

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    1. Obrigado pela leitura. Compartilhe a entrevista para mais pessoas lerem. Abraços!

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  2. Parabéns Bruna, tinha a certeza que ia ficar satisfeito com o conteúdo da sua entrevista. Sempre admirei e admiro suas postagens no grupo. Partilhar com a leitura desta entrevista só me encheu de esperança por conhecer melhor sua veia política. Conte comigo nesta empreitada, estaremos juntos em prol desta cidade, que com certeza, será mais fácil de ser amada. Com meu total respeito um forte abraço.

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