Opinião: Armas erradas em um duelo presidenciável

Foto: Rodolfo Buhrer / FotoArena / CP Memória


Junho de 2020. Hoje, a corrida presidenciável desponta com dois nomes: Jair Bolsonaro e Sérgio Moro. Acontece que ambos parecem usar armas erradas para um duelo certo. E podem pagar caro por isso em 2022. 

Bolsonaro aposta no jeito autoritário e numa gestão "contra tudo e contra todos", sobretudo quando o assunto é a imprensa. Ao lado dele, os filhos dão o tom do poderio do futuro adversário, com postagens seguidamente relacionadas ao, agora, ex-juiz Sérgio Moro. 

Ao paranaense, o prestígio por ser o homem final da Operação Lava-Jato, fortalecido pela prisão de vários Executivos e do ex-presidente Lula. Contra Moro, a precipitada inserção no mundo das colunas. Depois de artigos em O Globo e Folha de S. Paulo, o ex-ministro da Justiça do atual governo acertou com a Crusoé e deu motivos para os que desconfiam da atuação profissional. Moro pode até justificar esse aceite como uma forma de não cair no esquecimento, mas o timing não foi ideal. 

As figuras carimbadas aparecem, como Ciro Gomes, e as inusitadas também, juntamente com as perguntas: Huck será candidato? E Dória é a bola da vez do PSDB? Há quem diga que a vaga é a mesma para os dois. Vaidade do partido que tentará retomar a presidência depois de 20 anos.

Por falar em vaidade, o PT não deve concorrer ao cargo. Pelo menos, seria sinal de humildade, depois dos sucessivos escândalos e da atmosfera das últimas eleições, quando desafiou o TSE até a última hora. Estratégia errada desde o início. 

As cartas foram postas na mesa antes do esperado. A pandemia tratou de embaralhá-las e distribui-las. Quem vai levar a melhor? 

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