Sem margem de erro, governo de SP peca na comunicação e gera mais "revoltosos" com a vacina
Os dados divulgados pelo governo de São Paulo na última quinta-feira, 7, e nesta terça-feira, 12, não são diferentes. O problema é que, ao não comunicar isso de forma clara, para o público leigo, João Dória abriu espaço para uma segmentação ainda maior em relação à vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan.
Em meio à bipolaridade que nos assombra com as Redes Sociais, parece que a vacina reduziu sua eficácia de 76% para 50,38% e que os dados foram maquiados entre as duas aparições oficiais dos dados. No entanto, faltou ao redator explicar o que é a eficácia global. Horas depois da falha, veio a informação de que 50,38% é a porcentagem de pessoas que não desenvolverá sintoma nenhum quando em contato com o coronavírus, enquanto 76% das pessoas não desenvolverão sintomas moderados e quase a totalidade não avançará ao estágio mais grave da doença, e, consequentemente, não precisará ser encaminhado para o hospital.
É evidente que o grupo que desacredita por completo na vacina não vai mudar de opinião, assim como aqueles que fazem parte do grupo que confia incondicionalmente. O problema é que, numa sociedade tão avessa à ciência, o desencontro de informações, ou os dados apresentados de forma e em termos diferentes, podem levar mais pessoas a não acreditarem na vacina e continuarem a correr riscos de desenvolver o estágio mais grave.
Quando é dito que a comunicação deve estar ao lado do gabinete do executivo, seja ele municipal, estadual ou federal, certamente é para que situações como esta sejam evitadas, ainda mais no contexto já mencionado. O governo de São Paulo, tão cuidadoso com as coletivas semanais, deu margem para a desconfiança e, agora, precisa convencer os indecisos de que os dados da primeira apresentação são os mesmos da segunda, sob uma ótica diferente. Antes de vacinar, é preciso comunicar. Quem não se comunica...
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